Citogenética e Citometria de Fluxo de Espécies de Dorstenia (moraceae) Endêmicas da Floresta Atlântica.

Nome: ALDA FRANCISCA RODRIGUES DE SOUSA FERNANDES
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 27/02/2015
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
MILENE MIRANDA PRAÇA FONTES Orientador
TATIANA TAVARES CARRIJO Co-orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
JOSÉ AUGUSTO DE OLIVEIRA DAVID Examinador Externo
MILENE MIRANDA PRAÇA FONTES Orientador
TATIANA TAVARES CARRIJO Coorientador

Resumo: Moraceae compreende plantas latescentes de porte arbóreo como as figueiras (Ficus), de porte arbustivo como as espécies de Sorocea, ou herbáceas como as espécies de Dorstenia. O gênero Dorstenia é o único herbáceo dentro da família, com cerca de 105 espécies, e possui princípios ativos ligados a diversas funções terapêuticas. Além do uso medicinal, os carapiás, como são conhecidas popularmente as espécies de Dorstenia, também apresentam grande potencial como plantas ornamentais. Alguns estudos envolvendo sistemática, filogenia, molecular e fitoquímica são relatados para algumas espécies de Dorstenia. No entanto, são poucos os relatos a respeito dos dados citogenéticos e conteúdo de DNA no gênero, provavelmente em virtude da dificuldade de encontrar populações naturais em campo e à situação vulnerável que compromete grande parte das espécies. Dados citomorfológicos associados com o valor 2C de DNA podem gerar informações sobre a evolução cromossômica e colaborar com os aspectos sistemáticos e taxonômicos de um grupo. Diante do exposto, o objetivo do presente trabalho foi caracterizar, por meio da citogenética e citometria de fluxo, três espécies de Dorstenia: D. arifolia Lam., D. bonijesu Carauta & C. Valente e D. elata Hook. Para isso, o número cromossômico foi determinado, parâmetros morfométricos e de assimetria intercromossômica (A2) foram estabelecidos e o conteúdo de DNA nuclear foi mensurado. O material vegetal foi coletado em Mata das Flores, ES. Para a citogenética, raízes foram obtidas por meio de sistema hidropônico, tratadas com APM nas concentrações de 3, 4 e 5 μM, por 16 a 18 h e fixadas em metanol: ácido acético (3:1), para posterior digestão, coloração e observação das lâminas. Para citometria de fluxo indivíduos jovens foram coletados. As folhas foram utilizadas como material de análise para
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quantificar o conteúdo de DNA nuclear. A metodologia citogenética possibilitou a obtenção de material adequado para análise. Encontraram-se 32 cromossomos e foi possível montar o primeiro cariograma para as três espécies. Com os dados morfométricos, a classificação dos cromossomos foi determinada e foram confirmadas as diferenças entre os três cariótipos. O índice de assimetria A2 variou entre as espécies: D. bonijesu apresentou A2 = 0,16, seguido por D. arifolia A2 = 0,14 e D. elata A2 = 0,13. As análises de citometria de fluxo possibilitaram mensurar o conteúdo de DNA nuclear de 2C = 3,49 picogramas (pg) para D. elata, 2C = 4,05 pg para D. bonijesu, e 2C = 5,47 pg para D. arifolia. Apesar das três espécies apresentarem o mesmo número de cromossomos (2n = 32), os valores de conteúdo de DNA evidenciados pela citometria de fluxo e os resultados do índice assimétrico foram diferentes. De acordo com os valores de A2 e dados descritos na literatura D. elata pode ser a espécie mais derivada em relação a D. bonijesu e D. arifolia, por possuir o menor índice de assimetria e menor conteúdo de DNA nuclear. Assim, os dados da presente pesquisa permitiram caracterizar, pela primeira vez, três espécies de Dorstenia, contribuindo para diferentes áreas como ecologia, filogenia, sistemática e evolução.

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