Estrutura e diversidade genética de duas espécies ameaçadas de Bromeliaceae no Parque Nacional do Itatiaia

Nome: POLIANY DE OLIVEIRA BARBOSA
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 26/02/2021
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
TATIANA TAVARES CARRIJO Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
AMÉLIA CARLOS TULER Examinador Externo
FÁBIO DEMOLINARI DE MIRANDA Coorientador
MARCIA FLORES DA SILVA FERREIRA Examinador Interno
TATIANA TAVARES CARRIJO Orientador

Resumo: A maior riqueza de espécies da família Bromeliaceae no Brasil concentra-se na Mata
Atlântica, sendo a maioria delas localmente endêmicas e ameaçadas. Nesse sentido,
as Unidades de Conservação (UC) desempenham papel central na conservação da
biodiversidade, sobretudo de espécies categorizadas sob alguma categoria de
ameaça segundo os critérios da IUCN (Union Internacional for Conservation of
Nature's). Os principais critérios aplicados para o estabelecimento dessa categoria
são a quantidade de populações naturais conhecidas, a extensão da área de
ocorrência dessas populações e se elas se encontram em áreas protegidas. A
diversidade genética das populações, entretanto, permanece pouco explorada para
esse propósito. Neste sentido, o objetivo central foi compreender como a diversidade
genética está distribuída em populações nativas de duas espécies ameaçadas de
Bromeliaceae dentro de uma UC federal, o Parque Nacional do Itatiaia (PNI). As
espécies em estudo são Fernseea itatiaiae (Wawra) Baker, uma espécie rupícola,
categorizada como em perigo (EN), que ocorre nos campos de altitude do PNI, e
Aechmea vanhoutteana (Van Houtte) Mez, uma espécie predominantemente epifítica,
categorizada como vulnerável (VU), ocorrendo na área florestada da mesma UC. Os
dados dos indivíduos de ambas as espécies foram obtidos por meio de amostragem
adaptativa. Amostras de folhas coletadas em campo foram armazenadas em sacos
de papel contendo sílica, seguindo para o laboratório onde o DNA genômico total foi
isolado e purificado. A seleção dos primers foi a partir de 43 iniciadores do marcador
molecular Inter Simple Sequence Repeats (ISSR), escolhido principalmente por não
demandar conhecimento prévio do genoma. Sendo discriminados os que
apresentaram melhor amplificação em gel de agarose a 2%. Após a triagem foram
selecionados 11 primers para a genotipagem das amostras dos 71 indivíduos de F.
itatiaiae, e 15 primers para os 45 indivíduos de A. vanhoutteana. Aechmea
vanhoutteana apresentou 235 fragmentos amplificados, dos quais 219 foram
polimórficos (92,8%), enquanto para F. itatiaiae, dos 171 fragmentos amplificados,
155 foram polimórficos (89,8%). A proporção de polimorfismo foi superior ao
estabelecido como valor ótimo para monocotiledôneas (40,3%). O conteúdo de
informação polimórfica (PIC) foi considerado pouco informativo para ambas as
espécies, revelando uma média de 0,23 para F. itatiaiae e 0,20 para A. vanhoutteana.
De acordo com o índice de diversidade genética intrapopulacional adaptado para
genética de populações naturais, os valores podem variar de 0-1, sendo considerados
como valores baixos aqueles que mais se aproximam de zero. Para Fernseea itatiaiae
constatou-se baixa diversidade genética, resultado fundamentado com base nos
valores do índice de diversidade genética de Nei (H’ = 0,23) e índice de Shannon (I =
0,36). Assim como para A. vanhoutteana, obtendo-se para diversidade genética de
Nei (H’ = 0,19) de acordo com o índice de Shannon (I = 0,34). A formação de grupos
genéticos obtidos no dendrograma pelo UPGMA, revelou sete grupos para F. itatiaiae
e quatro para A. vanhoutteana. Os resultados realizados por meio do software
Structure, apresentou k=2 para F. itatiaiae, e k=3 para A. vanhoutteana. Com base
nos marcadores utilizados as populações de ambas as espécies se encontram
estruturadas. Estes resultados sinalizam a importância de se implementar medidas
de proteção às populações de ambas as espécies estudadas ocorrentes nas regiões
limítrofes da Unidade de Conservação estudada.

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